Morto nesta terça-feira (5) com 10 tiros, o advogado Roberto Zampieri tinha atuações em diversas cidades do Estado. Sócio do escritório Zampieri e Campos Advogados Associados, ele respondia por causas em Sinop, Sorriso, Nova Mutum, Lucas do Rio Verde, Alta Floresta, Barra do Garças, Rondonópolis, Paranatinga e Tangará da Serra, além de Cuiabá.No site do escritório, é descrito que Zampieri era o responsável por representar o escritório nesses municípios. "O sócio proprietário Dr. Roberto Zampieri sempre está se deslocando com a finalidade de acompanhar pessoalmente os processos judiciais e suprir eventuais necessidades de orientações extrajudiciais de nossos clientes", diz o texto de apresentação do escritório, que tinha como sócio José Sebastião de Campos Sobrinho.
Além da advocacia, Zampieri também atuava como produtor rural. Também atuava como criador de cavalo quarto de milha, uma das raças mais caras.
NEGOCIAÇÃO COM EX-DEPUTADO
Em 2018, Zampieri teve seu nome envolvido na Operação Bereré, que apurou esquema de fraudes no Detran de Mato Grosso. Ele foi envolvido por conta da negociação da Fazenda Mogno com o ex-deputado estadual Mauro Luiz Savi (União), que chegou a ser preso na operação.
Em relação à venda da fazenda, Zampieri explicou que a colocou a venda em parceria com um corretor, que foi o responsável pela negociação com Savi. Porém, o advogado chegou a se reunir com o então deputado em seu gabinete para tratar os termos do negócio.
"Afirma à Defaz que o instrumento particular de promessa de compra e venda do imóvel particular foi entabulado no dia 3 de julho de 2014 e que em data não informada reuniu-se no gabinete do deputado Mauro Savi na Assembleia Legislativa de Mato Grosso", diz trecho dos termos do depoimento.
A negociação foi fechada em R$ 1,5 milhão, dos quais R$ 800 mil ficaram com o advogado e R$ 700 mil com o corretor Donizete Rodrigues. O pagamento ao advogado se deu por "vários cheques de terceiros que lhe foram entregues por Mauro Savi, se recordando de ter recebido das mãos de Mauro Savi cheques de Claudemir Pereira dos Santos, apelidado de Grilo, que era chefe de gabinete de Mauro Savi", consta no depoimento.
O advogado declarou ainda que não sabia que os cheques, alguns da Santos Treinamentos, tinha origem ilícita. Ele depôs na Defaz na condição de testemunha e sequer chegou a ser indiciado.
EXECUÇÃO
O assassinato de Roberto Zampieri ocorreu às 19h53, quando o advogado deixava seu escritório. As imagens começam com o jurista entrando na caminhonete Fiat Toro. Ao mesmo tempo, passava ao lado do veículo um homem com uma calça e camiseta preta.
Ele 'emparelha' com a janela do passageiro do carro, saca a arma e efetua os disparos. Ao menos 10 tiros atingiram a vítima.
Em seguida, o assassino foge a pé. Uma testemunha, ao ouvir os disparos, chegou a filmar o assassino correndo em direção a Avenida Bosque da Saúde.
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