A Corregedoria da Secretaria de Justiça de Mato Grosso (Sejus) acompanha de perto os desdobramentos da prisão dos dois policiais penais acusados de facilitar a fuga de líderes do Comando Vermelho, em 2023, e já reúne provas para abertura de processo administrativo disciplinar, que pode levar à demissão dos servidores.O corregedor-geral Thiago Damasceno esteve presente na deflagração da 'Operação Shadow', nesta segunda-feira (14), que resultou na prisão do ex-diretor do presídio Agamenon Lemos Dantas, Adão de Souza Silva, e do agente de escolta Léo Márcio da Silva. Ambos são acusados de liberar os detentos de forma ilegal e fazer parte do esquema articulado por uma organização criminosa.
Segundo Damasceno, a presença da Corregedoria no cumprimento dos mandados de prisão e busca tem o objetivo de garantir que as provas também sirvam para a responsabilização administrativa dos servidores.
“Esse tipo de atitude entre os servidores é inadmissível. A Secretaria de Justiça vai combater com firmeza, mas também vamos mostrar à sociedade que se trata de uma conduta isolada. A maioria dos nossos servidores atua com seriedade e compromisso no combate à criminalidade”, afirmou.
A Corregedoria vai utilizar os elementos colhidos pela investigação criminal para subsidiar os procedimentos internos. Caso as provas sejam confirmadas, os dois policiais penais deverão ser demitidos por justa causa.
De acordo com o delegado Gustavo Belão, titular do Gerência de Combate ao Crime Organizado da Polícia Civil, a fuga foi considerada uma das mais graves já registradas no sistema prisional mato-grossense. Os dois detentos, líderes da facção em Rondonópolis (212 km de Cuiabá), fugiram com apoio direto dos servidores, que teriam recebido propina em troca da facilitação.
“Foi uma ação planejada, articulada e com apoio logístico. Não foi uma simples fuga durante o trabalho. Houve cooptação dos servidores, e tudo isso está devidamente demonstrado nas investigações”, disse Belão.
Além das prisões preventivas, a operação cumpriu mandados de busca, sequestro de bens e bloqueio de contas dos investigados. Os dois criminosos ainda estão foragidos, e as buscas continuam.
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